sábado, 16 de janeiro de 2010

MINHA TERRA








 Minha Terra
(Por Bernadete B. Sodré)

Quem ousaria dizer que teu grito é um eco perdido
Nas crateras escuras da ignorância?
Teu grito vem da garganta dos nossos antepassados
E ecoa nos sonhos dos teus novos filhos.
E antes que o despotismo o sepulte
Nas cavidades amnésicas das nossas mentes distraídas,
Um brado de resistência partirá dos nossos corações
Fazendo vibrar o espírito de luta
Que torna os nossos pés dignos do teu solo.
O suor dos teus filhos lavou o sangue
Derramado em teu regaço maternal,
Mas em tuas artérias corre sangue novo
E é pelas chagas que ainda ardem neste seio
Que a nossa voz ressoa insistente.
As sementes buscadas em outros solos
Germinam nos teus campos de esperança.
E que não ousem podar nossas idéias!
Porque as raízes dos nossos sonhos são profundas
E a seiva da coragem nunca morre.
Aqui já não se derrama sangue,    
Mas a guerra permanece intensa.    
Perdão, meus irmãos,
Se a minha sensibilidade violenta
A consciência de alguns de vós.
Mas os muros da ganância precisam ser demolidos.
Os novos soldados estão todos armados
Com a esperança nos olhos e a coragem nas veias.
Já houve os primeiros disparos.
A grande batalha começou!
Levantemos nossa voz!
Ergamos nossas armas:
A razão,    
A palavra,
O amor!



Foto: Vítor Alcântara

1 comentários:

Henrique Oliveira disse...

A luta não pode desvanecer. Chega de aceitação...

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